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Transformadores
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Átila Simonsen
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Postado:
Fonte:
28/01/23
Somos Diversidade
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Sou Jornalista, Redator, Social Media, freelance, Nômade Digital. Na infância, quis ser piloto de Fórmula 1, pianista e astronauta. Como percebi que não conseguiria, resolvi ser escritor e então poderia viver todas estas vidas. Com um pouco mais de amadurecimento, pensei que morreria de fome sendo escritor e então me tornei jornalista. Já estou há 16 anos nesta área, que comecei no impresso, passei pelos primórdios dos sites e, há nove anos, comecei a fazer pequenas apresentações diante das câmeras.
Criei o 1 Minuto Nerd, o primeiro Instagram com resenhas completas sobre Cultura Pop e ele cresceu tanto que consegui um programa no maior portal de notícias da Região Norte, comunidade parceira da Campus Party e defensor LGBTQIA+. Estive no início do Conselho Jedi Amazonas, o fã-clube oficial de Star Wars, chegando à presidência. Foi quando comecei a organizar eventos especialmente para os públicos geek e nerd, até chegarmos ao Universo Geek Museu, um evento presencial que alcançou 9 mil pessoas (presencial), em Manaus. Desde quando saí do armário trans, a vida profissional mudou: não atuo ‘apenas’ no que já escrevi, mas sim como Redator, Social Media, editor, repórter e Gerente/Líder de Comunidades.
Tenho meu próprio programa em outra plataforma, mas ainda estou sonhando com um emprego fixo e fico muito feliz em ver, pelo Brasil, que há maior diversidade e inclusão real dentro das empresas; isso me faz ter fé na Humanidade (literalmente) e a nunca ter medo de ser quem eu sou: um homem trans, nerd, que reúne a galera e é chamado para debater sobre cultura pop e a vida LGBTQIAP+ com frequência.
Quais as maiores conquistas e os maiores desafios em sua vida/carreira?
Após sair do armário trans, nunca mais parei em um emprego fixo por mais três meses, mas a internet me proporcionou algo muito novo e não visto em minha cidade (Manaus): há empregos inclusivos e diversos sim, online/home office, em empresas de todo o País. É pena que minha área de atuação está sem vagas, concorrida além do que se esperava, por isso estou em transição também de carreira: de jornalista para redator e social media, além de voltar a gerenciar comunidades e organizar eventos presenciais.
Ser uma pessoa trans foi dificultador ou não teve importância nesta sua trajetória?
Manaus é a cidade mais transfóbica do Brasil e, por mais que as empresas de jornalismo (minha atual área) da cidade afirmem ser favorável aos LGBTQIAP+, a realidade é que não consigo emprego fixo, sou chamado apenas para temporários e os que eu não preciso ‘aparecer’, ou o nome ou o meu rosto. Em termos de Brasil (home oficce/online), não sinto tanto a diferença porque não me conhecem antes da transição.
Para as pessoas e profissionais trans, que recado você deixaria?
Nunca tenha medo de ser quem você é, mas se planeje! Por mais que você possa pensar que a família e os amigos te darão o apoio que você precisa, é sempre bom imaginar que pode acontecer igual a maioria das pessoas trans: expulses de casa, sem estudo e/ou renda fixa. Por mais doloroso que seja estar escondido, estudar e ter uma renda que possa te sustentar é o primeiro passo para sua liberdade. A Transempregos foi e é algo muito importante pra mim: logo no início em que me senti absolutamente solitário, por conta da transição e não conseguir arranjar nada fixo, foi o site/movimento que me deu forças para continuar e ver que sim, há possibilidade de emprego e renda também para nós – e mesmo pra mim, que não fiz ainda a transição física. Por favor, continuem com o bom trabalho! Espero que, em breve, eu consiga colaborar com vocês!
Para a sociedade, qual recado você deixaria?
Não somos melhores do que ninguém e sim diversos. E é exatamente isso que toda boa empresa precisa.
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