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Transformadores

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Eli Araújo

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Postado:

Fonte:

28/01/23

Somos Diversidade

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Sou Mestre em Educação, Professora da Educação Infantil no município de Boa Vista, Roraima. Desde os 9 anos iniciei meus estudos musicais e fui musicista (percussionista), mas por não ter dinheiro na época para pagar uma licenciatura em música, fui orientada a fazer pedagogia por ser mais acessível financeiramente e por eu poder direcionar os conhecimentos pedagógicos para o ensino de música.

 

Desde os 16 anos trabalhei com ensino de música para crianças e adolescentes em projetos sociais. Só me afestei dessa área entre 2010 e 2015, quando fui comissária de voo ( ainda homem na época). Em 2015 resolvi sair da aviação e cursar música em alguma universidade federal. Foi quando escolhi me mudar de São Paulo para morar em Boa Vista, Roraima, por ter passado no vestibular oara cursar música na UFRR. Em 2018 passei num concurso público na cidade e ingressei como pedagoga estatutária, lecionando até hoje na educação infantil. Ingressei no mestrado na UFRR também e tranquei o curso de música para dar conta .

 

Concluí o mestrado em setembro 2021 e agora retomei o curso de música para concluí-lo. Estou com um projeto para sair do papel junto com uma amiga, correndo atrás de parcerias… A casa Arco-Íris, de acolhimento à diversidade. Ironia do destino, a escola em que trabalho se chama escola municipal Arco-Íris. Sou arte educadora desde sempre, acredito na transformação que a arte pode fazer e além de desenvolver trabalhos na área de educação e músoca, também sou produtora cultural e atriz. Acho que é isso. 😜

 

Quais as maiores conquistas e os maiores desafios em sua vida/carreira?

Conquistas: poder contribuir para diminuir preconceitos através do conhecimento e do diálogo nos lugares em que eu transito e ser luta e resistência através do meu papel como professora travesti. Desafios: estar 24h preparada para lidar com preconceitos ( que até o momento ainda não ocorreram comigo).

 

Ser uma pessoa trans foi dificultador ou não teve importância nesta sua trajetória?

No meu caso, devido o processo ser recente (2 anos), eu ter um posicionamento firme sobre o que eu quero pra mim e meus círculos sociais me darem muito acolhimento e afeto, eu estou passando a transição de maneira leve e está sendo um processo conjunto em que as pessoas do meu convívio também vestem a camisa comigo. Ao me sentir a vontade para eu ser quem eu queria ser, as transformações físicas demandaram uma conversa com as pessoas de meu convívio. Meu pai não me aceitou assim, mas ok… ele é educado e me desejou que eu seja feliz como ser humano. Que ele entenda um dia que minha mudança de aparência não mudou minha essência.

 

Para as pessoas e profissionais trans, que recado você deixaria?

Sejam resistência, lutem pelos seus espaços e não deixem que as pessoas os diminuam por vocês serem quem vocês são. Aqui em Roraima tem uma árvore nativa que resiste ao fogo e aqui tem o lema: RESISTA COMO UM CAIMBÉ. É isso.

 

Para a sociedade, qual recado você deixaria?

Estejam abertos ao diálogo e a conhecer e partilhar com os diferentes e com as diferenças. Só assim reduziremos nossos preconceitos.

 

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