Jay Ferreira

Cursei faculdade de História, letras-espanhol e literatura hispânica e atualmente sou vendedora na loja Schutz. Quando somos mais novas, sabemos que algo em nós é diferente e aos poucos passamos a externar nossas características pessoais, é nesse momento que os problemas começaram. As pessoas começam a dizer que assim você não vai conseguir emprego, que não vai conseguir ser alguém. Dizem que pessoas como eu, só habitam lugares de salão ou pornografia.

Passei ouvir da minha própria família e amigos, que certos lugares não eram pra mim. Passei a fazer cursos, formação, estudo, línguas e ocupar lugares que sempre disseram que eu jamais estaria. Minha cidade nunca deu oportunidade porque sou do interior e todos me conhecem. Mudei, me casei, estudei e Atualmente sou vendedora da Loja Schutz em Balneário Camboriú.

Quais as maiores conquistas e os maiores desafios em sua vida/carreira?

Os estigmas e os estereótipos sobre oque é uma pessoa trans, ainda é muito grande na sociedade, isso dificulta para para todas consigam entrar no mercado. É desagradável ouvir “ahhh, você é pessoa trans? Pensei que todas fizessem programa”.

Ser uma pessoa trans foi dificultador ou não teve importância nesta sua trajetória?

Na minha cidade Natal nunca consegui trabalhar e tive que escolher viver longe da minha família para ter sucesso profissional.

Para as pessoas e profissionais trans, que recado você deixaria?

Nunca desacredita de você, e sempre que disserem que algum lugar não é pra você, vá lá, entra e ocupa esse lugar. Acho que o preconceito que vivemos todos os dias, acaba nos condicionando a acreditar que realmente somos um problema e aí está o problema, passamos a fazer auto sabotagem. Não podemos ser escravas dos nossos medos, medos que foram gerados por outras pessoas.

Para a sociedade, qual recado você deixaria?

Aprendam a aceitar as diferenças de cada um para que os outros aceitem as suas.

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