Vahnessa Musch

Sou Guia de Turismo, cabelereira e indígena coroado. A vida escolar de uma pessoa lgbtqia+ não é fácil, mas consegui concluir o ensino médio na rede pública e após um breve período de trabalho informal… Passei num processo seletivo pra uma rede de salões de beleza aqui no Rio de Janeiro, entrei sem saber nada. Fui ensinada por todos e oportunidades de especializações foram acontecendo graças a minha dedicação Graduei de assistente, para escovista. Daí pude morar sozinha!

Fora da casa da minha mãe pude viver minha sexualidade “livre” mas… Faltava algo. Continuei a estudar e pude me formar como cabeleireira. Porém no decorrer dessa jornada me entendi uma mulher trans e a transição veio em passos lentos mais veio. Eu já estava com 27 anos quando compreendi que eu era uma mulher e Comecei a hormonioterapia. As mudanças foram acontecendo e eu percebi que seria necessário me reinventar! La fui eu estudar de novo, agora turismo. Por indicação de uma amiga.

Me formei como guia de turismo e durante as aulas outra mudança; entrei inclinada a trabalhar com turismo de luxo. Entretanto né politizei durante as aulas de história e me encontrei no turismo étnico. Pasmem! Eu uma mulher trans e de identidade indígena. Agora era estudar o triplo, vide todo o apagamento histórico né mores. Romantizaram e subverteram a invasão e todo o genocídio dos meus ancestrais. Eu cheia de gás, louca pra iniciar como guia de turismo, já estava ate em estágio numa agência com turismo só pra mulheres. Sim, mulheres! Como eu. E a pandemia se instaurou. O Caos dominou o planeta, mas … Não á mim.

Aproveitei todo o tempo de isolamento para, me especializar em história indígena carioca! Criei um M.E.I como guia de turismo e hj tenho o projeto @tourpinamba no Instagram e twitter, além de 2 roteiros sobre indígenas na plataforma airbnb. Bom, essa sou eu, Vahnessa Musch.

Quais as maiores conquistas e os maiores desafios em sua vida/carreira?

Resignificar que mulheres são mulheres! Que postura e educação são inerente a género, e que família é a base de tudo, mas a independência financeira é fundamental pro respeito sedimentar.

Ser uma pessoa trans foi dificultador ou não teve importância nesta sua trajetória?

Todas as meninas que conheci durante minha caminhada contribuíram diretamente pra que eu me entende se e cuida se do corpo( com hormônios) e da mente( apoio psicólogo) gratidão define! Usem preservativo. Terapia hormonal sempre com acompanhamento médico. Bebam água!

Para as pessoas e profissionais trans, que recado você deixaria?

Sua capacidade está nas oportunidades. Seja focado, resiliente e se respeite!

Para a sociedade, qual recado você deixaria?

Descostura essa ideia machista, patriarcal, colonial, capitalista e religiosa. O amor é o caminho!

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